Total de visualizações de página

domingo, 26 de setembro de 2010

Cultura popular – (Historias locais)

Existia no Antigo São Miguel uma senhorinha chamada Antonia, solteira e rezadeira, que benzia as crianças, fato verídico, pois Dona Ana antiga moradora do bairro é filha de um senhor que foi curado pela oração feita por ela. A rezadeira era conhecida como Toninha Virgem, recebia as pessoas na capela onde fazia as orações.
Toninha Virgem ficou grávida e teve uma filha. O povo que a aclamava santa, ficou desesperado, acreditando que a gravidez era coisa do capeta. De Toninha Virgem não sabemos o fim, mas a criança foi achada abandonada em um monjolo e criada por uma família, existem descendentes seus nessa região, várias gerações após esses fato.
A comunidade local passou a acreditar que o antigo assentamento era amaldiçoado, pois naquele lugar, o dono das terras engravidou Toninha Virgem.
O fazendeiro Antonio Frogêncio Espíndola, compadecido da situação doou pouco mais de dois alqueires para a Igreja. Este autorizou a construção do Cemitério, da Capela (Antiga) e a população pobre a morar no local. A doação foi feita em nome de São Miguel hábito corrente na época, no qual o fiel doava terras para o santo de devoção, pagando promessas.
Ergueu-se no local uma capelinha de taipa de pilão e fechou-se um lugar para o cemitério logo atrás da capela. Ao redor da igreja cresceu o bairro de São Miguel.
Conta-se que no antigo assentamento, tido como assombrado, que a porteira batia e rangia sempre à meia noite.
O homem que engravidou a Toninha Virgem ficou sozinho na fazenda. Quando morreu, o tal capeta veio a meia- noite buscar seu corpo, dentro do seu caixão foi colocado um caule de bananeira.
Existiam outras figuras e causos curiosos como Chica Camundonga. Onde ela fazia seu fogãozinho não chovia nem durante as tempestades. Causos como corpo seco, cipó caboclo, novenas e festas onde as moças só podiam olhar os rapazes, são típicos desta época.
Uma das funções de quem sabia escrever, era fazer a carta de pedido de casamento, isso também foi atribuição de professores. Nestas épocas os delegados do sertão eram o capelão e o inspetor de quarteirão.
Durante as festas à noite, dançava-se Jongo que era cantado pelos homens dos quilombos de Cunha. Esses cantavam em roda fazendo versos uns para os outros. Durante as rodas festivas, nascia no meio uma bananeira, ela crescia, dava cachos e madurava os frutos.  Estes serviam de alimento aos homens antes de amanhecer, as mulheres apenas dançavam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário